Restituicao Imposto Util

Em plena crise, restituição de imposto deverá ser útil

A temporada dos últimos lotes da devolução do imposto de renda (IR) pode ajudar na reorganização da vida financeira no atual momento de recessão

São Paulo – Em ano atípico para muitos brasileiros, com uma recessão econômica que levou uma geração a ter que aprender a lidar com uma renda menor, a restituição do imposto de renda (IR) poderá ser uma ajuda bem-vinda para reorganizar a vida financeira neste final de ano.

De acordo com especialistas e educadores financeiros consultados pelo DCI, para quem estiver endividado, a recomendação principal é utilizar o dinheiro para quitar a dívida. Ou no caso de o valor não ser suficiente para o pagamento total, buscar o credor com uma proposta de pagamento parcial e de renegociação dos débitos restantes, com juros menores. “A restituição pode ser útil para fechar acordos e deixar o nome limpo na praça”, orientou o diretor de novos negócios da PH3A, Marcelo Monteiro.

Dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) registravam que 49,8% das famílias estavam endividadas em setembro.

Em orientação semelhante, o sócio-fundador da Desfixa, Arthur Farache, diz que a primeira coisa a se pensar é sanar as dívidas mais caras, como cheque especial e cartão de crédito. “É preciso ter em mente que nenhum investimento sem risco no mercado rende mais do que as taxas de juros pagas nestes dois casos.”

Já para as pessoas físicas que não estão nessa situação de endividamento, a dica de Monteiro, da PH3A é guardar a devolução do IR. “O ideal é esperar um pouco antes de gastar, e utilizar esse recurso com cautela. Ainda vai se levar meses para se ter algum sinal de retomada da economia, e essa pode ser uma reserva importante”, avisou o diretor.

Ambos os especialistas, no entanto, não recomendam a caderneta de poupança por causa do baixo rendimento. “Para o horizonte de curto prazo há investimentos de liquidez diária [CDBs, Tesouro Selic e Fundos DI] que rendem um pouco mais que a poupança. Há outros fundos mais rentáveis que exigem aportes com vulto maior e possuem custos menores [taxas de administração]”, orientou Monteiro.

A poupança tem rendimento líquido de 6% ao ano mais a taxa referencial (TR) calculada com base na diferença de juros dos 20 principais certificados de depósito bancário (CDBs).

As demais aplicações de liquidez diária como CDBs, Tesouro Selic no Tesouro Direto, e Fundos DI são referenciados em rentabilidade bruta, pois o retorno líquido é obtido após a cobrança de taxas de custeio cobradas por instituições financeiras (administração, custódia, etc.) e da alíquota de imposto sobre ganhos de capital no momento do resgate. A taxação é de 22,5% sobre os rendimentos até os 180 dias de permanência (6 meses). E no resgate antes de 30 dias de permanência na aplicação também há cobrança proporcional do imposto de operações financeiras (IOF).

Para o investidor que tiver um horizonte de investimento maior que seis meses, Monteiro sugere fundos de renda fixa com papéis prefixados ou o Tesouro Prefixado. “Com a Selic em baixa haverá ganhos maiores em prefixados”, disse o diretor sobre o cenário do ciclo de juros básicos da economia.

Na visão de Farache, da Desfixa, se o contribuinte está com todas as contas em dia, deve ter em mente que o mercado conta com alternativas em renda fixa que oferecem baixo risco e rentabilidade bem acima da poupança. “Identificamos mais de 20 tipos diferentes de títulos de renda fixa entre os populares, desde públicos a privados, de bancos, empresas e fundos de investimento classificados como renda fixa.”

Farache destaca que também existem títulos privados com isenção de impostos (LCIs e LCAs) acessíveis ao público de varejo. “Mas o investidor precisa saber que na hora que ele investe em um título [privado] de renda fixa, ele está emprestando o seu dinheiro para alguém ou para algum projeto”, ressaltou.

O especialista advertiu para o cuidado com as taxas de administração cobradas em fundos DI dos grandes bancos. Segundo um estudo da Desfixa, há 12 fundos DI com taxas acima de 2% ao ano, patamar considerado de custo elevado.

 

Fonte: FENACON

 

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