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Home office é saída para ganhar tempo

Trabalhar em casa não é só ficar de pijama e chinelo o dia todo. Para muitos adeptos do home office, o dia a dia profissional lembra a rotina de um escritório, mas com roupas mais confortáveis.

Para manter a produtividade, é essencial ter disciplina. Seja por meio de horários regrados para começar e terminar as atividades ou por um plano de metas, é preciso ter controle para não se distrair.

“Determino objetivos para completar no dia, mas é flexível. Muitas vezes tiro um tempo para alguma tarefa pessoal e trabalho até mais tarde depois”, afirma o desenvolvedor web Luciano Baldicerotti, 26, que trabalha em casa há três anos.

Horários flexíveis e fuga do trânsito das cidades grandes resultam em mais qualidade de vida, vantagem exaltada por quem aderiu ao home office, trabalhando como autônomo ou em regime de teletrabalho.

“Eu me desgastava demais, levava uma hora e meia para chegar ao trabalho todos os dias”, diz a publicitária Fabiana Guilherme, 30, que há sete meses deixou uma agência para prestar serviço a uma empresa na qual os seis funcionários trabalham remotamente. “É tudo por Skype.”

O estresse também levou a farmacêutica Lívia Teixeira, 28, a deixar há dois anos seu trabalho em uma indústria e a trabalhar em casa como coach, com foco no atndimento a pessoas com fibromialgia. “Agora sou outra pessoa, antes eu chorava todos os dias, chegava às 7h30 no trabalho e ficava até as 20h, e o ambiente era horrível.”

Seu pai, empresário, e sua mãe, professora de inglês, também trabalham em casa, o que a ajuda a não se sentir sozinha. “Às vezes fico solitária, aí converso com eles.”

O isolamento é a principal reclamação de Fabiana sobre o home office. Ela divide uma casa em São Paulo com mais duas pessoas e trabalha em seu quarto. “Chega uma hora que cansa ficar o tempo todo lá. Se você tem uma sala em casa só para trabalhar, é mais tranquilo.”

Por parte dos empregadores, o corte de custos com espaço físico é justificativa para adotar o teletrabalho. Foi o que motivou a empresa de TI em que a analista de marketing Melissa Sliominas, 39, trabalha a adotar o home office. Ela deve cumprir uma carga horária semanal de trabalho, como se estivesse no escritório, mas tem flexibilidade para definir seus horários. Todos os dias, marca o começo e o término do expediente num aplicativo.

Sua dica é não se esquecer de que haverá cobranças por resultados. “Se não tiver disciplina, você se perde, porque tem a geladeira, o cachorro, a televisão”, afirma.

Ela vai ao escritório às sextas, quando encontra seus colegas. “O pouco contato visual é um ponto negativo de ficar em casa para quem é mais olho no olho, como eu.”

A empresa forneceu o computador e paga R$ 100 por mês para ajudar na conta da internet. Esse auxílio não é obrigatório em lei e depende de acordo entre empregado e empregador.

Atendente remota de call center da Gol, Cristina Mariano, 44, procurou o emprego já pensando em ficar em casa. “Perdia quatro horas no trânsito”, afirma. Agora ela trabalha em um escritório montado na residência, com horário fixo. Equipamentos, internet e telefone necessários para a função são de sua responsabilidade. “É como se eu saísse para trabalhar, mas fico perto dos meus filhos.”

O QUE DIZ A REFORMA TRABALHISTA

JORNADA
Não há limite para as horas trabalhadas nem pagamento de hora extra. Empregado e empresa devem acordar a quantidade de tarefas

INFRAESTRUTURA
A lei não exige que a empresa pague por computador, telefone e internet. Caso haja um auxílio, deve constar no contrato ou o funcionário arca com todos os custos

BENEFÍCIOS
São os da CLT, como férias e 13º. O vale transporte só é obrigatório se o funcionário ficar um ou dois dias no escritório. Já o vale refeição, não previsto em lei, deve ser dado normalmente caso seja prática da empresa

ACIDENTES
O empregador deve instruir o funcionário sobre como evitar acidentes de trabalho e fazê-lo assinar um termo de responsabilidade. Em caso de acidente, a empresa pode alegar que não tem como saber se ele trabalhava no momento

TROCA DE REGIME
Para mudar de presencial para teletrabalho, empregador e funcionário devem concordar. Se a mudança for inversa, a empresa deve avisar no mínimo 15 dias antes

Fonte: Folha de São Paulo

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